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A importação de criptoativos somou US$ 7,896 bilhões no acumulado do ano até maio, segundo o Banco Central (BC). Em igual intervalo de 2023, a importação estava em US$ 3,866 bilhões. As estatísticas do setor externo referentes a maio foram publicadas hoje.

A alta na importação pode ser vista nas estatísticas do setor externo durante todo o ano. Em maio, o valor de importação (mudança de propriedade de não residente para residente no Brasil) foi de US$ 1,476 bilhão. Já em igual mês de 2023, o registro foi de US$ 951 milhões.

O chefe adjunto do departamento de estatísticas do BC, Renato Baldini, ressaltou que as importações se mantiveram elevadas. Segundo Baldini, o resultado acumulado de 2024 continua acima de 100% de crescimento em relação ao acumulado nos cinco primeiros meses de 2024.

O Banco Central também informou que o Fundo Monetário Internacional (FMI), em conjunto com outros organismos internacionais, modificou o tratamento metodológico e os criptoativos não serão mais registrados na balança comercial.

Os criptoativos eram, até então, tratados como bens. Depois da modificação, os criptoativos serão considerados “ativos não financeiros não produzidos” e registrados na conta de capital. O BC informou que haverá uma revisão extraordinária das estatísticas a partir das que serão divulgadas no próximo mês, referentes a junho.

Baldini explicou que a revisão vai excluir os números de importação de criptoativos das transações correntes, conta da qual balança comercial faz parte, e incluir na conta de capital, “por consequência disso, os impactos que podem ser previstos serão significativos”, disse o chefe adjunto.

Baldini exemplificou que nos dados de 2023, as importações líquidas de criptoativos foram de US$ 11,7 bilhões. Com a mudança de metodologia, o déficit nas transações correntes vai ser reduzido de US$ 30,8 bilhões para US$ 19,1 bilhões. “Vai ter uma redução do déficit em transações correntes em decorrência da reclassificação das importações de criptoativos”, afirmou.

No acumulado deste ano, de janeiro a maio, as importações líquidas de US$ 7,3 bilhões saem das transações correntes e o déficit no acumulado, que está em US$ 21,1 bilhões, se reduz para US$ 13,8 bilhões.

“O mundo real é o mesmo. As transações com criptoativos vão continuar ocorrendo e essas que já ocorreram foram realizadas efetivamente. Apenas o ajuste metodológico classifica essas operações em uma parte diferente do balanço de pagamentos e elas deixam de impactar as transações correntes”, disse Baldini.

Com informações do Valor Econômico

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