O secretário estadual de Educação de São Paulo, Renato Feder, descartou, nesta terça-feira (29), conceder à iniciativa privada a gestão pedagógica das escolas estaduais. Feder, no entanto, disse que o governo paulista deve aumentar o número de unidades escolares que terão a manutenção gerida por empresas.
“A gestão pedagógica das escolas será feita pelo Estado”, disse Feder, ao falar com jornalistas na B3, no centro de São Paulo.
Nesta terça-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um leilão de 17 escolas estaduais, com 17 mil vagas, para a iniciativa privada, que cuidará da construção, adequação e manutenção predial das novas unidades escolares na região oeste do Estado, em um período de 25 anos. Na próxima semana, novas escolas serão leiloadas, no lote leste, totalizando 33 unidades, com investimento previsto de R$ 2,1 bilhões nessa Parceria- Público Privada (PPP) na área de educação.
Em frente à B3, onde foi feito o leilão, dezenas de estudantes, professores e sindicalistas representantes dos docentes protestaram contra a concessão de escolas à iniciativa privada. Entre as preocupações levantadas pelos manifestantes, estão a piora na infraestrutura das escolas e o repasse da gestão do ensino a empresas.
Ao ser questionado por jornalistas sobre essa possibilidade, Feder negou duas vezes e disse que, em sua visão, os professores estão “animados” com essa concessão, pela possibilidade de melhorar a infraestrutura das unidades de ensino. O secretário afirmou que o governo deve fazer uma nova concessão, de 134 escolas, que já está em consulta pública, para a reforma e manutenção predial dessas unidades de ensino.
O governador reforçou a bandeira liberal de sua gestão e disse que, até novembro. o Estado fará cinco leilões, passando por escolas, rodovias e até loteria, para captar R$ 20 bilhões em investimentos.
Leilão do Rota Sorocabana
Nesta terça, foi o lote oeste das escolas. Na quarta-feira (30), será o leilão do Rota Sorocabana. Na sexta-feira (1º), haverá o leilão da loteria estadual. Na segunda-feira (4), será feito um novo leilão de escolas, do lote leste e em 28 de novembro, o da Nova Raposo. Tarcísio disse que o programa de desestatização de seu governo deve chegar a R$ 500 bilhões.
Ao fim da licitação, o governador fez apenas um discurso e não quis responder às perguntas da imprensa.
*Com informações do Valor Econômico