O Santander Brasil (SANB11) entregou nesta quarta-feira (24) uma nova rodada de resultados trimestrais elogiada por analistas.

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Pela manhã, a instituição reportou lucro recorrente de R$ 3,33 bilhões no segundo trimestre, salto de 44,3% ante mesma etapa de 2023.

Além disso, o presidente-executivo do banco, Mario Leão, mostrou otimismo com o desenvolvimento da sua estratégia de focar nos clientes de maior relacionamento para ampliar receitas e rentabilidade.

“Estamos com o banco bastante encaixado, apontado para o lugar certo”, disse o executivo a jornalistas.

As units do banco, no entanto, não refletiam essa percepção. Por volta das 13h (horário de Brasília), o papel na B3 saía a R$ 28,30, estável.

Essa realidade ilustra a dispersão dos níveis de confiança do mercado no sucesso da virada do Santander.

Na média, a previsão dos 13 analistas que avaliam SANB11 aponta preço-alvo do papel a R$ 31,07 nos próximos 12 meses.

Isso significa um potencial de valorização de quase 10% em relação aos preços atuais.

Mesmo que isso se confirme, no entanto, apenas compensaria a desvalorização acumulada do papel em 2024, de cerca de 9,5%.

Desde o começo de 2020, SANB11 acumula queda de cerca de 42%, na esteira de inflação e juros altos, combinação que levou a perdas significativas com calotes, especialmente no varejo, então uma especialidade histórica do Santander;

Além disso, o banco também sofreu com o avanço dos bancos digitais nesse segmento do mercado.

Assim, desde que assumiu o comando do negócio, em janeiro de 2022, Leão vem redirecionando o foco do Santander Brasil para negócios mais rentáveis e menos arriscados, como os clientes de renda mais alta.

Para o público de varejo, a estratégia foi adotar a abordagem digital, similar ao Nubank, que superou o Santander em 2023 em número de clientes.

Santander mostra melhora gradual

Os resultados dessa abordagem vêm aparecendo de forma gradual nos últimos trimestres, tendência reforçada de abril a junho.

Dessa forma, o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou estável em 3,2%, a carteira de crédito cresceu 8% em 12 meses, as comissões cresceram 17,5% e as despesas (+4,6%) subiram abaixo da inflação.

Consequentemente, a rentabilidade sobre o patrimônio (ROE), que mede como um banco remunera o dinheiro dos acionistas, chegou a 15,5%.

Isso significa um aumento de 4,3 pontos percentuais sobre um ano antes.

“O ROE do banco começa finalmente a mostrar sinais de melhoria estrutural, provavelmente com dias melhores pela frente”, resumiu o Itaú BBA, reforçando recomendação de compra para SANB11.

Em contrapartida, o Goldman Sachs seguiu com recomendação de venda para a unit, por considerar os resultados apenas ‘mistos’.

“Acreditamos que as tendências operacionais foram um tanto confusas, com margem de juros estável e despesas maiores do que o esperado, compensadas por fortes receitas de taxas e provisões (para inadimplência) mais baixas”, afirmou o Goldman em relatório.

Leão diz que não está satisfeito com a performance da unit do banco, mas que não está preocupado com isso.

“Temos uma recuperação importante pela frente que vai ser refletida no preço da ação”, afirmou ele a jornalistas.

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