A Petrobras (PETR3;PETR4) teve queda nesta semana e achatou os ganhos do Ibovespa no período. O principal índice da bolsa está de volta aos 134 mil pontos, mas vem reduzindo seus ganhos no ano com o arrefecimento da Petrobras.

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Nesta semana, as ações da Petrobras caíram 3% (PETR4) e 2,3% (PETR3). Em 30 dias, as ações preferenciais caíram 1,1%.

“A principal razão para a queda nas ações (na semana) é a revisão das estimativas do Goldman Sachs”. A avaliação é de Anderson Santos, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.

A PETR4 voltou para a lista de maiores pagadoras de dividendos do mundo. Ainda assim, o banco reduziu sua projeção para os dividendos extraordinários da Petrobras. Com isso, a projeção do Goldman é de pagamento de US$ 6 bilhões para o ano fiscal de 2024. Anteriormente, a previsão era de US$ 7 bilhões.

Complexo de energias no Rio de Janeiro

Embora a inauguração de um novo complexo de energias possa trazer benefícios futuros para a Petrobras, como o aumento da capacidade de produção e potencial crescimento na receita, esse evento não repercutiu positivamente no preço das ações.

O complexo de Energias Boaventura da Petrobras vai ofertar 21 milhões de m³ de gás natural. O empreendimento está localizado em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro.

“As preocupações imediatas do mercado estão mais voltadas para as revisões de expectativas financeiras e a volatilidade dos preços do petróleo, em vez dos efeitos de longo prazo da inauguração do complexo”, arremata o especialista da Matriz.

Petróleo

Embora o petróleo tenha apresentado leve recuperação nas últimas sessões, os preços ainda estão abaixo dos níveis anteriores. Isso impacta negativamente as expectativas de lucro da empresa.

“Essa queda nas ações da Petrobras reflete a queda acentuada nos preços do petróleo. O preço da commodity diminuiu cerca de 20% desde junho”, complementa o especialista.

Além disso, o Goldman Sachs ajustou suas projeções para o preço-alvo das ações da Petrobras, diminuindo de R$ 53 para R$ 43,40 para PETR3 e de R$ 48 para R$ 39,40 para PETR4.

Outros motivos

Outros analistas mencionam a fraca demanda da China, a produção maior do que o esperado nos Estados Unidos e os estoques positivos da OCDE como fatores que pressionam os preços do petróleo para baixo.

Além disso, há preocupação com o aumento da dívida bruta da Petrobras (PETR3; PETR4). A empresa possui um teto de dívida de US$ 65 bilhões até o final de 2025, e o plano de novos investimentos pode levar a um excedente desse limite.

“Se a administração optar por pagar a dívida para se manter dentro do teto, isso pode reduzir a disponibilidade de caixa e impactar os dividendos futuros”, avalia Santos.

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