Os preços dos contratos futuros do ouro fecharam em alta e alcançaram um novo recorde no fechamento, se beneficiando de um ambiente de cortes de juros, em especial após o início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, e por ser considerado um ativo seguro em meio a incertezas.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,92%, a US$ 2.677,0 por onça-troy.
“Com um ganho acumulado de 27% no ano, o ouro está tendo seu melhor desempenho em 14 anos, superando quase todas as outras classes de ativos”, aponta o analista de commodities do Commerzbank, Carsten Fritsch, em relatório. O banco elevou sua previsão de preço do ouro para o final do ano para US$ 2.600 por onça-troy, de US$ 2.500 anteriormente.
“O ouro se beneficia de seu papel como reserva de valor em tempos de inflação e incerteza, além de ser um investimento sem juros em períodos de queda nas taxas”, avalia Fritsch. Ele destaca que a força do preço do ouro não se limita ao dólar americano, com outras moedas como euro, libra esterlina e yuan também em níveis recordes.
O analista indica ainda que o corte de juros pelo Federal Reserve de 0,50 pontos base na semana passada é um catalizador para aumentos no preço no ouro. Segundo ele, embora o presidente do Fed, Jerome Powell, tenha tentado conter as expectativas de novos cortes desse tamanho na coletiva de imprensa subsequente, o mercado até agora permanece indiferente, e precifica cortes de 0,75 ponto percentual até o fim do ano.
Os investidores vão acompanhar novos discursos de autoridades do Fed em busca de pistas sobre os próximos cortes. Por fim, também está no radar o pacote de estímulos anunciado pelo banco central da China, na medida em que o país é um grande comprador de ouro.
*Com informações do Valor Econômico