Novas regras nos Estados Unidos, que mudam a forma como as ações são precificadas e o custo para negociá-las, serão discutidas hoje (18) na reunião da CVM dos EUA (SEC, na sigla em inglês).

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As propostas são versões mais brandas da ambiciosa reformulação da negociação de ações americanas que o presidente da SEC, Gary Gensler, propôs há dois anos.

Ainda assim, as novas regras podem afetar a receita de operadores de bolsa de valores como a Nasdaq e a Intercontinental Exchange, controladora da NYSE.

Entenda as possíveis mudanças

Uma nova regra reduziria o menor incremento para uma cotação de preço de ação, de um centavo de hoje, para meio centavo em ações populares onde há evidências de que lances e ofertas apareceriam nesses spreads mais estreitos.

Assim, os novos incrementos de cotação, comumente conhecidos como “ticks”, se aplicariam a ações com preços acima de US$ 1.

No entanto, economistas da SEC estimam que as cotações de até 1.750 ações foram limitadas pelo tamanho do tick do centavo no ano passado.

Normalmente, esses nomes com restrição de ticks são as ações mais populares e de alto volume, nas quais os traders aceitariam ansiosamente meio centavo a menos por ação para negociar.

Assim, outra regra reduziria as taxas e os pagamentos de descontos que as bolsas de valores pagam para incentivar a negociação de ações menos líquidas.

Qual é a regra atual?

Hoje, as taxas e os descontos são limitados a 30 centésimos de centavo de dólar por ação. A regra proposta os limitaria a 10 centésimos.

Os descontos são uma forma importante de bolsas como a Nasdaq competirem para atrair liquidez, ou seja, traders que estão prontos para assumir o outro lado de uma oferta ou lance.

No entanto, as bolsas não ficarão felizes se o novo limite se tornar lei.

Com a maioria dos votos da Comissão, Gensler e seus colegas democratas conseguiram aprovar a maioria das regras finais que são votadas.

Portanto, as propostas de hoje provavelmente serão adotadas.

Histórico do projeto

Em 2022, Gensler e a CVM dos EUA propuseram uma reforma abrangente da negociação de ações com novas regras nos EUA.

Eles pediram o fim dos pagamentos feitos por formadores de mercado fora da bolsa, como Citadel Securities e Virtu Financial, a corretores de ações para as ordens de negociação dos clientes de varejo dos corretores.

Assim, outras propostas teriam transferido os volumes de negociação de locais “não iluminados”, como Citadel, de volta para as bolsas.

Também, outras propostas formalizaram a obrigação dos corretores de obter o melhor preço e execução de negociação para seus clientes.

Um clamor furioso do estabelecimento de negociação de Wall Street saudou as reformas de Gensler. No final, a Comissão votou em versões muito mais restritas, como as regras consideradas nesta quarta-feira.

Com informações do Valor Econômico

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