A agenda de indicadores desta segunda-feira é bastante fraca tanto no Brasil quanto no exterior. Diante disso, o mercado aguarda os dados do Boletim Focus, que serão divulgados nesta manhã.

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Em sua última leitura, o Focus mostrou que os agentes financeiros mantiveram as apostas de taxa básica de juros em 10,50% no fim deste ano. Bem como de 9,75% em 2025.

No entanto, nos últimos dias, casas como Legacy, ASA e ABC Brasil passaram a projetar uma retomada do ciclo de aperto monetário já em setembro.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo o último Focus, o mercado esperava um crescimento de 2,20% em 2024. Já para 2025, a expansão da economia brasileira projetada seguia em 1,92%. Este dado deve ser revisto no Focus desta manhã.

Isso porque diante dos dados do IBC-Br, acima do esperado, divulgados na sexta, os bancos começaram a rever suas estimativas.

O JPMorgan elevou sua projeção para a alta do PIB do Brasil em 2024 de 2,5% para 2,9%. Isso ao estimar dados melhores para o segundo trimestre e também uma “herança” mais positiva para o terceiro.

“Cerca de um mês atrás, atualizamos nossas previsões para o PIB do segundo trimestre com base em dados de maio mais fortes do que o esperado. Por sorte, nos encontramos em uma situação semelhante agora”, escreve em relatório o banco americano.

Banco Central

No dia de hoje o mercado acompanha também a agenda do Banco Central, em busca de pistas sobre o direcionamento da política monetária.

Em Belo Horizonte (MG), o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, participa, como palestrante, do evento Conexão Empresarial, promovido pela VB Comunicação. A agenda está prevista para ocorrer das 12h30 às 13h15 e será aberta à imprensa. Galípolo despacha da capital mineira à tarde e, depois, viaja para São Paulo.

Já o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, tem três reuniões pela manhã, em São Paulo, para tratar da conjuntura econômica. Das 9h às 9h45, tem encontro com Paulo Coutinho, economista-chefe, e Bruno Coutinho, CEO e CIO, da Mar Asset Management. Em seguida, das 10h às 10h45, recebe Beny Parnes, Gabriel Hartung, Kym Ardison e Eduardo Zilberman, economistas da SPX Capital. Por fim, das 11h às 12h, reúne-se, por videoconferência, com representantes do setor produtivo não financeiro.

Morning call: preste atenção

O simpósio anual de Jackson Hole é o principal destaque da agenda desta semana para os mercados financeiros globais.

Com a dinâmica dos juros americanos no centro das atenções dos investidores, declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na sexta-feira (23) devem nortear a dinâmica dos mercados em relação às apostas sobre como se dará o início do ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos.

Há, no momento, uma divisão quanto a uma redução de 0,25 ponto percentual ou um corte mais agressivo, de 0,5 ponto.

Campos Neto em Jackson Hole

Campos Neto também estará presente em Jackson Hole, no momento em que o mercado de juros local tem fortificado as apostas em um aumento da Selic até o fim deste ano.

Legacy espera Selic de 12% no fim de 2024

Assim, a Legacy Capital passou a esperar três elevações de juros de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do BC, o que deve levar a Selic a 12% no fim do ano.

“Embora nossa projeção de PIB seja de 2,5%, há um claro risco que ele venha a ser mais próximo de 3%. As expectativas de inflação estão perto de 4% em 2025, mais próximas do teto do que do centro da meta. Um dos argumentos que existiam para justificar a estratégia de Selic parada era o da inflação corrente, mas ela também vem subindo recentemente e a média dos núcleos já está mais próxima de 4%”, disse, no final da semana passada, o economista-chefe da Legacy, Pedro Jobim.

“Com essa postura fiscal do governo, de crescimento real de despesas elevado, com a atividade econômica forte e uma inflação escapando, precisamos trabalhar com juros mais altos.”

A Inteligência Financeira conversou recentemente com Leonardo Ono, gestor de renda fixa da Legacy, para compreender como ficam os investimentos de renda fixa diante do atual cenário de juros.

Morning call: como fechou a bolsa de valores na sexta-feira?

O Ibovespa caiu 0,15%, aos 133.953 pontos na sexta (16). Na mínima intradiária, tocou os 133.852 pontos e, na máxima, os 134.781 pontos. Na última semana, o índice acumulou alta de 2,56%.

Já o dólar exibiu desvalorização de 0,28%, cotado a R$ 5,4678, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,4370 e tocado na máxima de R$ 5,4855.

O euro, por sua vez, registrou apreciação de 0,19%, a R$ 6,0282.

Morning call: como fecharam as bolsas de Nova York?

Em Wall Street, na sexta-feira, o índice Dow Jones teve alta de 0,24%, a 40.659,76 pontos; o S&P 500 subiu 0,20%, a 5.554,25 pontos; e o Nasdaq avançou 0,21%, a 17.631,72 pontos.

Na última semana, o Dow Jones subiu 2,94%, o S&P 500 ganhou 3,93% e o Nasdaq subiu 5,29%.

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam sem direção definida nesta segunda-feira, com os índices Nikkei e Kospi registrando realização de lucros enquanto o mercado acionário da China e Hong Kong tiveram ligeira alta.

O mercado segue de olho em mais dados que confirmem o início do afrouxamento pelo Fed, o banco central dos EUA, em setembro e também os resultados das decisões de política monetária do banco central da China (na terça) e da Coreia do Sul (na quinta-feira).

Japão

No Japão, o índice Nikkei caiu 1,8% a 37388,632, em queda expressiva depois de cinco altas consecutivas. Pressão veio da forte valorização do iene que enfraquece os lucros dos exportadores japoneses quando repatriados para o Japão e de um movimento de realização de lucros depois de uma semana de ganhos consecutivos. Nikkei Asics caiu 5,25%, Pan Pacific International recuoul 5.3%, e Disco perdeu 4.7%.

Coreia do Sul

O índice Kospi também fechou em queda de 0,9% a 2674,36, indo para território negativo depois de também registrar cinco sessões consecutivas de alta. Pressão veio de realização de lucros. Ações de semicondutores e de fabricantes de baterias foram os principais perdedores, com Samsung Electronics caindo 2.4% e o fabricante de chips SK Hynix recuando 2.9%. A valorização do won ante o dólar levou a moeda coreana para seu maior nível em cinco meses, o que adicionou pressão aos mercados.

O Banco Central da Coreia do Sul se reúne na quinta-feira para decidir sua política monetária. Segundo economista do Nomura, Jeong Woo Park, a alta dos preços de moradias no país deve fazer com que o banco central coreano seja mais lento para cortar os juros. “Juros menores poderia impulsionar o crescimento de empréstimos hipotecárias e amplificar o rali no mercado imobiliário, elevando as preocupações do banco central com a estabilidade financeira”, disse.

China

Na China, o índice Shanghai Composto fechou em alta de 0,5% a 2893,67 à medida que os investidores esperam pela decisão de juros do Banco do Povo da China (PBoC), o banco central chinês, amanhã. As ações de bancos foram os principais impulsionadores do Shanghai, com Ping An Bank subindo 1,6% e Hua Xia Bank ganhando 2,5%.

Hong Kong

O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,8% a 17569,57 com o sentimento dos investidores elevado pelos bons resultados das varejistas on-line JD.com e Alibaba divulgados na semana passada. Sonja Li, economista da MIB Securities HK, diz que a reunião anual do Alibaba no fim desta semana também está no radar dos investidores, com a gigante do e-commerce chinês devendo completar sua listagem na bolsa de Hong Kong. JD Health International subiu 7.9%e Li Ningh ganhou 7.5%.

Índia

Na Índia, por volta das 6h50, o índice Sensex estava praticamente estável com ligeira alta de 0,02% a 80450,22. Destaques para NTPC que subia 1,9% e UltraTech Cement com alta de 1,1%.

Com informações do Valor Econômico.

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