A companhia de lubrificantes da Cosan (CSAN3), a Moove, acaba de postergar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), apurou o Valor.
A empresa teve dificuldades de trazer fundos “long only” (que apostam na alta dos papéis) ao livro da oferta.
Apesar de ter uma demanda de duas vezes em relação ao volume da oferta, disseram fontes.
Um interlocutor disse que a Moove pretende retomar sua oferta, algo que, no entanto, deverá levar um ano para uma nova tentativa.
Os acionistas da Moove entenderam que seria melhor tirar a operação da rua, visto que a companhia esperava uma boa performance das ações no dia seguinte do IPO.
Cancelamento do IPO da Moove seria culpa do ‘risco Brasil’
Uma fonte disse que o problema, que barrou a transação foi o risco Brasil, com a questão fiscal passando a ser questionada pelos investidores.
Os bancos tentaram testar uma transação abaixo da faixa indicativa de preço, mas os fundos “long only” não vieram, disse uma das fontes.
Esta seria a primeira abertura de capital de uma empresa brasileira em Nova York desde a oferta do Nubank, no fim de 2021.
Três anos sem IPO em bolsa no Brasil
Na bolsa brasileira, as estreias estão congeladas há mais de três anos, com as previsões voltadas para um retorno a partir do segundo trimestre do ano que vem.
Isso, claro, se a continuidade de queda de juros nos Estados Unidos se confirmar.
Depende, ainda, do fim do ciclo de aperto monetário na economia brasileira.
História da Moove
Criada em 2008, quando a Cosan comprou os ativos no Brasil da ExxonMobil, a Moove fez um acordo de exclusividade das marcas.
A Moove tem presença não só nos Estados Unidos, mas também em cerca de 40 países na Europa, além da América Latina.
No mercado americano, segundo a empresa, possui mais de 50 centros de distribuição.
A empresa teve R$ 10,1 bilhões de receita em 2023, com Ebitda ajustado de R$ 1,2 bilhão. O lucro líquido foi de R$ 266 milhões.
Com informações do Valor Econômico