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O dia 27 de setembro de 1924 marca a fundação da Seção Bancária da Casa Moreira Salles, instituição que deu origem ao Unibanco. Assim, vale lembrar que do lado do Itaú o marco inicial é 30 de dezembro de 1943. É quando entra em operação o Banco Central de Crédito. Dessa forma, a primeira data foi a escolhida pelo Itaú Unibanco (ITUB4), que se estabeleceu em 2008 após a fusão entre as duas instituições financeiras, para marcar os 100 anos do Itaú Unibanco.

Banco esse que é o maior da América Latina, com quase R$ 3 trilhões em ativos e uma carteira de crédito superior a R$ 1 trilhão.

Nada melhor do que escutar o que suas lideranças têm dito recentemente para entender quais caminhos o Itaú Unibanco vai trilhar.

100 anos do Itaú Unibanco: visão de longo prazo

Os copresidentes do conselho de administração do banco, Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, atribuem o sucesso e a longevidade do Itaú à visão de longo prazo que vem desde os fundadores.

A análise foi feita em entrevista dada ao Valor Econômico na quinta-feira (26),

Então, eles também enfatizam a importância da busca de consensos. Essa característica ficou mais evidente no processo de fusão dos bancos.

Eles falaram ainda sobre o que é essencial para o Itaú Unibanco.

Trata-se de “tentar atrair as melhores pessoas, dar autonomia, a ética acima de tudo, o foco absoluto no cliente”. Essa é a visão de Moreira Salles.

Dessa maneira, Setubal também falou sobre a importância de se ter mente aberta para os desafios:

“O mundo vai mudando e você precisa estar antenado a essas mudanças e muito disposto a também mudar. Se não estiver disposto a mudar, não adianta”.

Foto posada de dois homens brancos diante de um quadro de arte moderna. Os homens são Pedro Moreira Salles e Roberto Setúbal, do Itaú Unibanco
Os copresidentes do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal – Foto: Divulgação/Itaú Unibanco

Prioridade para a inteligência artificial

A prioridade para o uso da inteligência artificial no cotidiano do Itaú Unibanco vem se consolidando nos últimos anos.

Em junho de 2023, durante o Itaú Day, Milton Maluhy Filho, CEO do banco, falava no uso de machine learning e inteligência artificial para além das áreas comerciais.

Então, a principal preocupação era colocar a capacidade e a potência dessas ferramentas para melhorar a experiência do cliente.

“O que a gente quer? Clientes engajados e a gente fala bastante sobre máquina de engajamento”, afirmou Maluhy na ocasião.

Assim, para ele é preciso “entregar negócios e atender bem os clientes, não só em produtos e serviços financeiros, mas entregar ofertas e conhecimento, experiências complementares, potencializando a audiência, a emoção, a capacidade de entregar produtos e de ter contato com os clientes o tempo todo”.

As falas de Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal no Itau Day de 2024 reforçam a percepção que já havia sido apontada pelo CEO.

Dessa forma, os copresidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco disseram que o foco havia ficado ainda mais específico, com a adoção da IA generativa.

“Vejo que estamos em um momento de mudança. Estamos no caminho que parece absolutamente correto. Vamos estar cada vez mais em linha com as novas tecnologias”, afirmou Setubal. “Por outro lado, acho que ainda temos um caminho a percorrer. Não é simples”.

Aposta no superapp

O lançamento do One Itaú, superapp que é resultado do trabalho de 17 mil profissionais de tecnologia nos últimos anos, é uma das marcas do centenário da instituição financeira.

Dessa maneira, 15 milhões de pessoas que tem acesso a algum dos produtos do Itaú Unibanco poderão acessar toda a prateleira disponível de serviços.

“Os resultados iniciais estão sendo tão encorajadores que a gente quer acelerar para ter a grande maioria dos clientes migrados até algum ponto em 2025”, afirmou o diretor de relações com investidores e de inteligência de mercado do banco, Renato Lulia.

“Sempre dá para melhorar alguma coisa”

Na entrevista ao Visão de Líder, da Inteligência Financeira, Roberto Setubal falou sobre os desafios que o Itaú Unibanco enfrenta e o que falta ao banco.

“Se alguém chegasse para mim no dia que eu assumi o Itaú e falasse: ‘Você vai ter que fazer isso tudo’, eu diria que seria impossível, afirmou Setubal.

“Mas é aquela coisa: você vai todo dia botando um tijolinho atrás do outro e vai construindo alguma coisa. Quando você olha para o passado, pensa: ‘Puxa vida, fizemos tudo isso ao longo desse período!’. Ninguém sabe aonde vai chegar”.

Cliente como elemento central

Então, em sua entrevista ao mesmo Visão de Líder, Pedro Moreira Salles contou um pouco mais sobre o processo de transformação que o Itaú Unibanco vem atravessando.

“Quando propusemos uma nova cultura para o banco, o elemento central era o cliente. A gente trabalha para o cliente. A frase parece banal mas, quando se está estruturado por linhas de produto e não se enxerga o cliente como um todo, representa um desafio enorme”, disse Moreira Salles.

“Só que enxergar o cliente como um todo é fundamental. Percebemos que era preciso mexer em tudo, a começar pelos sistemas”.

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