Prévia da inflação oficial no país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) subiu 0,39% em junho, após alta de 0,44% em maio, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho de 2023, o IPCA-15 tinha subido 0,04%.
Todo o período de coleta de preços do IPCA-15 – que foi de 16 de maio a 14 de junho – se deu já com efeito das enchentes no Rio Grande do Sul.
As fortes chuvas que atingiram a região começaram em 27 de abril e ficaram mais intensas no início de maio.
O resultado do IPCA-15 de junho ficou abaixo da mediana das 33 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que estimavam alta de 0,43% em maio. O intervalo das estimativas era de alta entre 0,30% a 0,51%.
Alimentação e bebibas foi a principal influência para a alta do IPCA-15 em junho, com variação de 0,98% e impacto de 0,21 ponto percentual.
Em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 4,06% em junho, ante 3,70% no número registrado até maio. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do Valor Data, que era de 4,10%, com intervalo entre 3,97% a 4,19%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) para 2024 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA-15, vestuário saiu de avanço de 0,66% para 0,30% entre maio e junho. O mesmo comportamento foi observado em saúde e cuidados pessoais (de 1,07% para 0,57%), educação (de 0,11% para 0,05%), e comunicação (de 0,18% para 0,17%). Transportes mudaram de direção (de 0,77% para -0,23%).
Com avanços mais marcados, apareceram alimentação e bebidas (de 0,26% para 0,98%), habitação (de 0,25% para 0,63%) e despesas pessoais (de 0,18% para 0,25%). Artigos de residência reduziram o ritmo de queda (de -0,44% para -0,01%).
O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários-mínimos, abrangendo nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta e na abrangência geográfica.
Difusão
A prévia da inflação oficial brasileira se espalhou mais pelos itens que compõem o IPCA-15 em junho. O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento de preços no período, subiu para 56,9% neste mês, vindo de 55,3% na prévia de maio e atingindo maior percentual desde fevereiro (60,5%), segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.
Sem alimentos, um dos grupos considerados mais voláteis, o indicador mostrou menor abrangência das altas de preços, de 58,5% para 57,6%.
Núcleos
A média dos cinco núcleos do IPCA-15 monitorados pelo Banco Central desacelerou de 0,31% em maio para 0,34% em junho, segundo cálculos da MCM Consultores.
No acumulado em 12 meses, a média dos cinco núcleos teve um leve ajuste, de 3,50% para 3,49%.
A meta de inflação anual perseguida pelo BC é de 3% em 2024, 2025 e 2026, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.
Com informações do Valor Econômico