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Os juros dos Treasuries de 10 anos estão operando acima dos 4,20%, com a volatilidade implícita nos títulos do Tesouro americano subindo; o dólar americano exibe força ao redor do mundo, especialmente contra o iene japonês; e as ações americanas estão em tendência de alta.

“Você precisa de batatas fritas para ver que isso se trata de um Trump trade?”, ironizam os profissionais do Rabobank, em relatório enviado a clientes.

Segundo eles, o que foi visto nos mercados até o momento é apenas uma fração do que pode ocorrer caso o republicano seja, de fato, eleito para um segundo mandato.

“É claro, isso captura apenas uma fração de quão perturbador o conjunto de políticas propostas por Trump de cortes agressivos de impostos, aumentos massivos de tarifas, deportações em massa, desregulamentação, forte redução do governo federal e uma mudança na governança pública seria para os mercados e para a economia global – mas é um começo”, afirmam.

A equipe de estratégia do Rabobank chama atenção para o fato de os dados de votação antecipada nos EUA, que já está em andamento, superarem [há o trocadilho com o verbo “trumps”] as pesquisas de opinião.

“Trumps [superar] é a palavra-chave, pois embora os números iniciais possam mudar e não saibamos como as pessoas votaram, apenas o registro de seus partidos, os observadores eleitorais dizem que os dados até agora são altamente favoráveis a Trump”, afirmam.

Se, de fato, a tendência for mantida, ela sugere que o dia 5 de novembro pode não ser apertado, como se esperava antes, com a possibilidade crescente de uma “onda vermelha” na Casa Branca, na Câmara e no Senado.

“Vale a pena observar isso, dadas as propostas de política de Trump, seu histórico de ação no primeiro mandato e sua maior compreensão de como D.C. funciona; portanto, observe o que os mercados fazem”, afirmam.

Segundo o Rabobank, o estrategista de Estados Unidos da instituição financeira holandesa, Philip Marey, já vinha traçando um cenário de vitória de Donald Trump há meses. “Dizer isso implica que o Fed vai interromper os cortes de juros em 4,25%”, afirmam.

“Em contraste, os mercados que estavam pensando em uma vitória democrata no Executivo e no Legislativo ou em uma vitória de Kamala Harris e um Legislativo dividido, e que o Fed continuaria cortando, estão tentando recuperar o atraso — por enquanto”, dizem os estrategistas.

Segundo o Rabobank, um cenário de “onda vermelha” traria muitas dúvidas sobre o Federal Reserve, dado o desejo de Trump de ter mais voz sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e “da opinião pessoal do ex-presidente de que trabalhar no Fed é o melhor emprego do mundo, ofício que se limitaria a jogar uma moeda para cima uma vez a cada mês e meio, enquanto é tratado por todos como um deus”, apontam os profissionais.

“Resumindo, Trump sugere que nem todos no Fed merecem uma reputação de presciência ou competência”, concluem.

Com informações do Valor Econômico

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