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Quem procura na bolsa de valores investimentos para receber uma renda passiva ganhou uma nova opção recentemente. São os ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos listados em bolsa) que distribuem dividendos. O ETF com dividendo já existem no exterior, mas só chegaram ao Brasil no fim do ano passado. Até agora, existe um deles na bolsa, o NDIV11, da Nu Asset.

Em 11 de junho, ele ganhará um companheiro (e concorrente), o DIVD11, da Itaú Asset.

Mas como funcionam esses ETFs, e vale a pena investir neles? Confira!

Um ETF tem duas características principais:

1. A carteira replica um índice de mercado, como o Ibovespa e o S&P 500, na renda variável, ou o IMA-B, na renda fixa. Esses são os índices mais conhecidos e abrangentes, mas existem também indicadores temáticos, como aqueles que medem o desempenho de empresas de tecnologia, os de fundos imobiliários, de criptomoedas, ou os que reúnem as empresas que costumam pagar dividendos.

2. Suas cotas são negociadas na bolsa, como se fossem ações. Portanto, seu preço oscila a depender da volatilidade do mercado.

Dessa forma, um ETF de renda variável segue um índice de ações e tem em sua carteira com diversas ações de diferentes companhias. Quem compra a cota de um ETF está comprando, consequentemente, uma parte dessa carteira de ações.

Mas se o fundo tem ações, o que acontece se ele recebe os dividendos referentes a essas ações? Até o ano passado, a única opção do fundo era reinvestir esse dinheiro.

Ou seja, o gestor pegava esse capital recebido de dividendos e usava para comprar mais ações, seguindo o balanceamento do índice de referência.

A novidade é que agora esses fundos têm a opção de distribuir aos seus cotistas esses dividendos recebidos.

Demanda do mercado

Não é novidade que os brasileiros veem a renda passiva como um dos grandes motivos para investir. “Na interação com nossos clientes, sempre ficou evidente essa questão da renda passiva”, diz Andrés Kikuchi, head da NuAsset.

Segundo ele, criar um ETF que distribui os dividendos pode contribuir em dois aspectos: primeiro, para o investidor que não tem uma carteira de ações pagadoras de dividendos e quer acesso a um produto assim. Em segundo lugar, para aqueles que querem uma renda passiva com ações, “empacota-las” em um ETF ajuda a organizar o fluxo dos recebimentos, já que o dividendo é pago uma vez por mês, ao contrário de uma carteira de ações, em que cada empresa paga os dividendos em uma data.

Junto com o NDIV11, a Nu Asset lançou o NSDV11, um ETF que segue a mesma carteira, mas que em vez de distribuir os investimentos aos cotistas, os reinveste. “Não tem certo e errado, cada investidor tem sua visão”, diz Kikuchi.

Vale a pena investir em ETFs que distribuem dividendos?

Antes de pensar em investir ou não em um ETF que distribui rendimentos, é importante avaliar o seu perfil de investidor. “Os ETFs que pagam dividendos são atrelados à bolsa de valores. Sendo assim, têm alta volatilidade”, alerta Fábio Cabral, planejador financeiro certificado na Planejar. Ou seja, ainda que exista a expectativa de distribuição dos dividendos, o preço da cota do ETF pode variar na bolsa. Quem investir precisa estar ciente de que está exposto a esse sobe e desce da bolsa.

Por outro lado, há a vantagem de poder investir com baixo volume de capital. Na quarta-feira (29/05), uma cota do NDIV11 valia perto de R$ 110, e o DIVD11 espera ter suas cotas negociadas a perto de R$ 50.

Essa opção também pode atrair investidores iniciantes, “ou aqueles que não têm tempo ou não têm domínio para analisar o balanço de uma empresa, e acabam tendo essa composição de várias empresas que pagam bons dividendos”, diz Cabral.

Por fim, ele destaca a possibilidade da valorização das cotas no longo prazo.

“Investidores que pensam em longo prazo podem criar uma carteira através de investimentos em ETF que paga dividendos e esse dividendo pode ser interessante no sentido da renda passiva”, diz o planejador.

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