As ofertas no mercado de capitais de janeiro a outubro já mostram que 2024 é o melhor ano da série histórica. As empresas captaram R$ 633,6 bilhões no período, superando o montante registrado em todos os anos anteriores completos. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (21) pela Anbima.
O recorde anual até então havia sido contabilizado no intervalo de janeiro a dezembro de 2021 (R$ 609,9 bilhões).
Considerando apenas outubro (R$ 90,6 bilhões), o resultado mensal é o segundo maior da série, iniciada em 2012, ficando atrás apenas de julho deste ano (R$ 98,4 bilhões).
Debêntures em alta
Conforme a Anbima, as emissões de debêntures atingiram R$ 65,7 bilhões em outubro, o maior volume mensal já registrado, e que levou o acumulado de 2024 a R$ 381,4 bilhões, valor também recorde e que já supera todos os anos completos anteriores.
Os recursos foram destinados em 2024 principalmente para investimentos em infraestrutura (25,4%), pagamento de dívidas (24,7%) e gestão ordinária (24,6%). Os fundos de investimento foram os principais subscritores, respondendo por 48,1% do volume.
As notas comerciais também se destacaram, com as ofertas totalizando R$ 37,6 bilhões nos primeiros dez meses do ano, um recorde para o período e com um aumento de 34,9% em relação ao valor captado em 2023 completo.
Entre os instrumentos de securitização, as emissões de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) lideraram de janeiro a outubro, somando R$ 55,6 bilhões, montante 32,7% superior ao contabilizado no ano passado inteiro.
CRIs, CRAs e FIIs
As ofertas de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) chegaram a R$ 49,6 bilhões, superando todos os anos completos anteriores. Nesse mesmo intervalo, os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) somaram R$ 31,6 bilhões.
Já os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) captaram R$ 39,9 bilhões nos primeiros dez meses do ano, 32,0% acima do volume de 2023 inteiro.
Na renda variável, as operações de follow-ons totalizaram R$ 25,0 bilhões em 2024, sendo R$ 3,2 bilhões emitidos em outubro.
Por último, as emissões de renda fixa no mercado externo somaram US$ 19,5 bilhões de janeiro a outubro, superando em 25,9% o valor contabilizado em todo o ano de 2023.
A maior parte desse montante (70,4%) corresponde a emissões com prazo de 6 a 10 anos. Na análise por tipo de emissor, as empresas responderam por 58,5% do volume, com a República aparecendo em seguida (32,5%) e as instituições financeiras (9,0%) completando a lista.