Como investir R$ 10 mil e ter retorno rápido? A dúvida faz todo sentido quando imaginamos que aplicar dinheiro e ter um retorno rápido é mesmo o sonho dourado de qualquer investidor. Mas será você está preparado para tomar o risco proporcional à rapidez do retorno?

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Afinal de contas, como lembra Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar, o retorno é proporcional ao risco assumido. “Quanto menor o risco, menor o potencial de retorno. Dessa forma, quanto mais retorno o investidor quiser, mais risco terá de assumir também”, acrescenta.

Mas nem todo investidor aceita correr tanto risco. Ou ainda que queira, nem todos podem correr o risco de perder uma parte expressiva do seu capital em busca de mais retorno financeiro. É o caso, por exemplo, de quem não tem muito tempo para se recuperar de uma eventual perda, como um aposentado que precisa do dinheiro para viver.

O professor de finanças Marcos Piellusch, da FIA Business School, concorda. “Quando falamos em ‘retorno rápido’, é essencial entender que, geralmente, quanto maior o retorno esperado, maior o risco associado”, ensina. Desse modo, para ter um retorno maior, explica, geralmente é necessário ter mais paciência.

“Até porque, a combinação de tentar retorno alto de forma rápida, eleva muito o risco e pode acarretar muitas perdas”, afirma o professor.

Como investir R$ 10 mil para ter retorno rápido no cenário atual?

O nível de juros atual da taxa Selic, em 10,5% ao ano, é relativamente elevado e reflete as tentativas do Banco Central de controlar a inflação, que voltou a ganhar força em 2024, explica Piellusch.

Sendo assim, a manutenção dessa taxa alta indica um cenário de juros atrativos para a renda fixa, enquanto a renda variável continua a apresentar riscos, mas com potencial de retorno significativo dependendo das condições de mercado.

“Neste cenário, uma combinação de investimentos em renda fixa e renda variável pode ser a melhor estratégia”, aconselha o professor.

Uma combinação balanceada de renda fixa e renda variável também é a receita do planejador financeiro Marlon Glaciano. Sua sugestão dos melhores investimentos para quem busca retorno rápido com R$ 10 mil, no cenário atual, incluem Tesouro Selic e CDB de liquidez diária na renda fixa, que oferecem segurança e liquidez.

Já na renda variável, Glaciano sugere ações de empresas de tecnologia e ETFs setoriais de alta volatilidade como boas opções para quem aceita mais risco. “Além de criptomoedas para perfis agressivos que buscam maior retorno em curto prazo. O ponto é a diversificação da carteira, que é essencial para equilibrar o risco e retorno.”

Onde investir R$ 10 mil na renda fixa

Então, como dito, com a Selic em 10,5%, as opções de renda fixa se tornam altamente atraentes para quem busca segurança e retorno moderado. Aqui estão algumas sugestões:

Tesouro Selic: Este título é considerado um dos investimentos mais seguros do país, ideal para quem quer ter liquidez e segurança. Seu rendimento acompanha a taxa Selic e, portanto, oferece rentabilidade diária.

CDBs de bancos médios: Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos por bancos de médio porte que frequentemente oferecem taxas superiores a 100% do CDI, podendo chegar a 115%-120% do CDI, afirma Piellusch. “Isso pode proporcionar um retorno interessante com um risco relativamente baixo, desde que o investimento esteja protegido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil.”

LCIs e LCAs: Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas e podem oferecer taxas próximas ao CDI, sendo uma opção interessante para otimizar o retorno líquido.

Fundos de Renda Fixa ou ETFs de Renda Fixa: estes investimentos oferecem diversificação automática com menos riscos e podem ser interessantes para quem quer acessar uma carteira variada de títulos.

Onde investir R$ 10 mil na renda variável

Embora a renda variável envolva maior risco, ela também oferece a possibilidade de retorno rápido e mais alto. Para quem tem um perfil mais arrojado, aqui estão algumas sugestões de Marcos Piellusch e Marlon Glaciano.

Ações de empresas com potencial de recuperação: de acordo com Piellusch, no cenário atual, setores como energia e infraestrutura têm mostrado resiliência. Empresas com fundamentos sólidos, mas que foram penalizadas em momentos de crise, podem oferecer boa valorização no curto prazo, especialmente se houver uma reversão positiva na economia.

Ações de empresas de crescimento, especialmente no setor de tecnologia: (como Apple ou Microsoft), podem trazer retornos rápidos devido à sua volatilidade e potencial de valorização, avalia Glaciano.

Fundos Imobiliários (FIIs): Com os juros altos, os preços dos FIIs podem estar mais baixos, mas eles continuam a oferecer bons dividendos, que são atrativos no curto prazo. É uma forma de investir em renda variável com fluxo de caixa recorrente.

ETFs de Índices Brasileiros: Para quem quer diversificação com um só ativo, ETFs que replicam o Ibovespa ou índices de dividendos podem capturar a recuperação do mercado como um todo, diz Piellusch. Já Glaciano acredita que investir em ETFs de tecnologia ou setores voláteis são boas opções para diversificação com menos risco individual.

Criptomoedas: Glaciano diz que moedas digitais como bitcoin ou ethereum, também são atrativas para quem busca alta rentabilidade em curto prazo, embora envolvam alto risco.

Onde investir R$ 10 mil por perfil de investidor

Veja, a seguir, sugestões de onde investir R$ 10 mil de acordo com o perfil de investidor.

Perfil Conservador

O objetivo do investidor de perfil conservador é, principalmente, a preservação do capital. Nesta equação, como o risco que se corre é menor, o retorno esperado também deverá ser menor.

Carteira sugerida por Marcos Piellusch

  • 70% em Tesouro Selic ou CDB de banco grande com 100% do CDI ou mais;
  • 20% em LCIs ou LCAs isentas de IR;
  • 10% em FIIs focados em renda.

Carteira sugerida por Marlon Glaciano

  • 80% Tesouro Selic ou CDB de liquidez diária;
  • 20% LCI/LCA.

Perfil Moderado

Este tipo de investidor aceita correr um pouco mais de risco em busca de uma rentabilidade melhor.

Carteira sugerida por Marcos Piellusch

  • 50% em CDBs de banco médio com 110% do CDI ou mais (nesse caso, o CDB pode ser prefixado ou ter um prazo maior de resgate);
  • 20% em Tesouro IPCA+ (para proteção contra inflação);
  • 20% em FIIs;
  • 10% em ações de empresas de grande porte com bons fundamentos.

Carteira sugerida por Marlon Glaciano

  • 60% CDB ou Tesouro Selic;
  • 20% ETFs de renda variável;
  • 20% em ações de empresas sólidas.

Perfil Arrojado

Carteira sugerida por Marcos Piellusch

  • 30% em CDBs de banco médio, com 110% do CDI ou mais (nesse caso, o CDB pode ser prefixado ou ter um prazo maior de resgate);
  • 40% em ações de setores estratégicos (energia, bancos);
  • 20% em FIIs;
  • 10% em ETFs de renda variável.

Carteira sugerida por Marlon Glaciano

  • 40% em ações de tecnologia;
  • 20% em ETFs voláteis;
  • 20% em criptomoedas;
  • 20% em FIIs para diversificação e renda passiva.

Quanto rendem R$ 10 mil em um ano na renda fixa?

Finalmente, a calculadora de renda fixa da Inteligência Financeira também te ajuda a saber quanto você terá ao final de 1 ano se investir R$ 10 mil em diferentes tipos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB, LCI e poupança.

Nesta simulação, então, descobrimos que, ao final de um ano depois de investir R$ 10 mil, você teria:

  • R$ 11.048,24 se investisse no Tesouro Selic;
  • R$ 10.617,00, se aplicasse na caderneta de poupança;
  • Mas caso investisse em um LCI prefixado, considerando uma projeção otimista, obteria um rendimento de R$ 1.271,76. Assim sendo, ao final de um ano, teria R$ 11.271,76

As possibilidades são muitas e é bastante divertido fazer as simulações.

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