De tédio ninguém morre. A bolsa iniciou 2024 após recorde nominal de 134 mil pontos anotados nos últimos dias do ano passado. Além disso, havia a expectativa de se chegar a 150 mil pontos pelo menos.
Como na teoria a prática é diferente, o índice caiu abaixo dos 120 mil pontos em meados de junho.
Agora, com agosto registrando novo recorde, provavelmente na casa dos 136 mil pontos, a dúvida é: para onde caminhará a bolsa de valores até o fim do ano?
Passa a valer novamente o otimismo do início do ano?
Nesta sexta-feira a bolsa tem o último pregão de agosto e apresenta alta de mais de 7%, contra 3% dos ganhos de julho e de maio, os meses até então mais positivos para o índice no ano.
Fechamentos mensais: alta do Ibovespa em agosto deve ser a maior para o ano
Janeiro | – 4,80% |
Fevereiro | + 0,99% |
Março | – 0,71% |
Abril | – 1,70% |
Maio | + 3,04% |
Junho | + 1,48% |
Julho | + 3,02% |
Agosto | + 6,57%* |
Alta do Ibovespa deve proseguir?
A resposta de alguns agentes financeiros é que a situação deve melhorar ainda mais. O Itaú BBA voltou a prever o índice no patamar dos 150 mil pontos.
“Sob a ótica da análise gráfica, se o índice conseguir ultrapassar essa marca (atual), poderemos vê-lo seguir em direção aos próximos objetivos em 141.000 e 150.000”, diz relatório assinado por Fábio Perina, Lucas Piza, Igor Caixeta e Niviane Magalhães, da equipe de análise gráfica do BBA.
A análise gráfica aponta para 141 mil pontos nas próximas três semanas, seguindo como base o desempenho do índice no ano anterior.
E essa projeção de alta passa a ganhar força depois de diluídos riscos de juros mais altos que o esperado nos Estados Unidos e outros temores relacionados ao Japão, que elevou suas taxas – um movimento histórico.
O otimismo está instaurado entre os agentes do mercado em relação ao Ibovespa. Mas em níveis diferentes. A Nova Futura, por exemplo, prevê 140 mil pontos de máxima em 2024.
“Avaliando o atual contexto interno e externo, a expectativa é que o viés positivo para o Ibovespa se mantenha até o final do ano”, diz Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos. Porém, alguma piora no cenário doméstico pode ser um atenuante negativo”, complementa.
Neste cenário, com alguns riscos – principalmente internos – envolvidos, investidores podem estar esperando a senha para realizações de lucro.
E em se tratando de Brasil, as possibilidades de alguns fantasmas aparecem é sempre factível.
“O Ibovespa pode passar por uma leve correção, antes de continuar sua trajetória de alta”, ressalta Rodrigo Cohen, analista de investimentos e cofundador da Escola de Investimentos.
Riscos políticos
O que pode interromper o ciclo de altas, segundo Cohen, são fatores basicamente políticos.
“O governo fazer declarações que não são favoráveis ao mercado, principalmente em relação ao fiscal e ao Banco Central” são possibilidades.
Contudo, ele diz, é um cenário “pouco provável”.
Nesse sentido, o rali da bolsa deve se intensificar e a expectativa é de bater 145 mil pontos, ou mais do que isso. “Mesmo lá em cima, o Ibovespa fez fundo, ou seja, fez mínimas e não deve cair mais até o final do ano”, avalia.