As ações da B3 podem ter dificuldades com a possibilidade de aumento da concorrência. O Goldman Sachs espera que o pedido da CSD BR à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar uma espécie de nova bolsa de valores siga fazendo “pressão” sobre a B3SA3.
O Goldman Sachs diz que potenciais novos concorrentes são “um risco conhecido”, ainda que a abertura do mercado esteja distante no tempo.
Nesse sentido, o banco crê que a entrada de concorrentes “continua sendo um motivo de pressão nas ações da B3”.
A CSD BR espera lançar até 2027 serviços de contraparte central, que garantem o fechamento de negociações de um ativo. As informações são de Cynthia Decloedt, do Broadcast.
Desempenho das ações da B3
O banco tem recomendação neutra para B3SA3.
As ações da B3 operavam perto do zero às 12h50 desta terça-feira (24). No ano, os papéis caem mais de 21%.
ATG deve ser outra desafiante
Além da CSD BR, a B3 enfrenta concorrência da ATG, que pretende lançar operação de bolsa e compensação no segundo semestre do ano que vem.
A chamada bolsa do Rio surge para concorrer com a B3.
“A volta da bolsa de valores é a ponta do iceberg”, disse Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, em divulgação da nova bolsa carioca. Assim, “o setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo”, completou Paes à época.
O que faz a CSD BR?
Dessa maneira, a empresa atua como registradora de negociações de renda fixa desde 2020, com negócios que atingiram R$ 2,5 trilhões neste mês.
“Para referência, B3 registrou R$ 1,5 tri em ativos de renda fixa só em agosto e registrou R$ 11,9 trilhões desde janeiro de 2024”, compara o Goldman.
A CSD BR tem entre seus sócios Santander, BTG Pactual e Chicago Board Options Exchange (CBOE).
Riscos para as ações da B3
As receitas com ações representam 35% das receitas totais da B3 nos últimos 12 meses.
Segundo o Goldman, “cerca de 80 a 90% estão relacionados a compensação, que pode estar em risco” com a entrada de concorrentes.
Ainda assim, o banco alerta que ter mais de uma empresa “pode criar ineficiências no mercado”. O Goldman diz que diferentes requisitos de liquidação e de margem poderiam limitar a ação do entrante.
Além disso, há questões relacionadas aos elevados requisitos de capital e garantias, que poderiam limitar as ações do novo concorrente.