O mercado de ETFs no Brasil completou duas décadas na segunda-feira (15). Há exatos 20 anos, o PIBB11 (Papéis Índice Brasil Bovespa – 50) era lançado no país (leia mais abaixo). Mas, afinal, como está o cenário dos fundos de índice no Brasil? Para falar mais sobre o tema, a Inteligência Financeira conversou com Gabriela Shibata, gerente de produtos listados da B3.

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Na avaliação de Gabriela, os ETFs podem ser uma boa alternativa para um cenário de bolsa instável e jutos altos, como o atual. “O ETF traz muito este viés de conseguir diversificar o portfólio de acordo com o perfil do investidor. Então, em um cenário macro, não tão favorável para a renda variável, com taxas de juros mais altas, o investidor pode escolher um ETF de renda fixa e assim por diante”, destaca ela.

“Por exemplo, o mercado imobiliário agora voltou a dar um boom. Então, há ETFs focados em fundos imobiliários. Assim, neste momento, o fundo de índice acaba sendo um forte aliado para diversificar, porque ele tem toda essa gama de setores e temas específicos, que consegue trazer esse conforto para o investidor”, completa a gerente da B3.

No vídeo acima, você acompanha a entrevista completa com Gabriela Shibata.

Primeiro ETF no Brasil completa 20 anos

O primeiro ETF brasileiro está completando 20 anos. Lançado em 15 de julho de 2004, o PIBB11 (Papéis Índice Brasil Bovespa – 50) é um fundo da Itaú Asset que busca acompanhar a variação do IBrX 50. Este, por sua vez, é um índice com foco no desempenho dos 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.

O produto foi desenvolvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em conjunto com a Bovespa na época (hoje B3) e os bancos Itaú, Goldman Sachs e JP Morgan. Por fim, vale lembrar que, no lançamento do primeiro ETF brasileiro, o BNDES dava como garantia a recompra do produto um ano depois pelo mesmo valor adquirido.

Para saber mais: o que são ETFs e como eles funcionam?

Um ETF é um fundo de investimento. Porém, a negociação ocorre como as ações, via B3, sendo intermediada pelas corretoras. Em geral, esse tipo de fundo replica os investimentos de um índice, por isso são também chamados de fundos de índices ou fundos espelhos.

O objetivo deles, de uma maneira geral, é acompanhar o desempenho de determinado mercado financeiro nacional ou internacional. Ou seja, o objetivo dos ETFs não é superar o benchmark, mas, sim, acompanhar determinado índice de mercado.

Existem também ETFs que seguem o desempenho de commodities, como o petróleo; ETFs temáticos, que reúne empresas de diferentes focos; e ETFs de renda variável e fixa.

Pensando especificamente em um fundo de ações, uma diferença importante para o ETF é que o seu modelo de gestão teoricamente demanda menos trabalho dos gestores. Assim, o ETF costuma ser mais barato, com taxas de administração geralmente menores que 0,5% ao ano.

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