A Embraer (EMBR3) informou nesta segunda-feira que vai receber US$ 150 milhões (R$ 825 milhões) da gigante norte-americana Boeing.
Esse montante equivale ao preço de lista de quase três aeronaves modelo 737-8, um dos modelos mais vendidos da Boeing.
O valor refere-se à conclusão de um processo de arbitragem envolvendo as fabricantes de aeronaves.
O caso começou em 2019, quando a Boeing fez acordo com a fabricante brasileira para estabelecer joint ventures (empresas conjuntas).
Na prática, a Boeing ficaria com 80% das operações de aeronaves comerciais e serviços da Embraer, pagando US$ 4,2 bilhões.
Além disso, ambas seriam parceiras no desenvolvimento de mercado para o C-390 Millennium, aeronave de defesa da Embraer.
No entanto, com a crise desencadeada no setor aéreo global por causa de Covid-19, a Boeing em 2020 desistiu do negócio.
Isso sem contar dois acidentes com o modelo 737 MAX, da Boeing, o que agravou a crise da companhia dos Estados Unidos.
Para justificar a decisão, porém, a Boeing alegou o descumprimento, por parte da Embraer, de determinadas condições exigidas.
Enquanto isso, a empresa brasileira exigiu receber uma indenização da Boeing pela desistência.
O caso foi parar numa câmara arbitral, uma instância de decisão fora da Justiça, em Nova York.
A Embraer já vinha dizendo que esperava a decisão arbitral neste terceiro trimestre.
Ação da Embraer cai após anúncio
No entanto, o resultado frustrou alguns investidores, que esperavam por mais.
Por volta das 11h20 (horário de Brasília), EMBR3 tinha queda de 4,4%, a R$ 49,60, na B3.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, avançava 0,5%.
A Embraer não informou detalhes do pagamento, como por exemplo o valor líquido nem a data.
Em relatório, o Itaú BBA comentou que as expectativas do mercado pareciam ser de um valor maior, mais próximas de US$ 250 a US$ 300 milhões.
Apesar disso, o banco considerou que há vários outros pontos positivos na companhia, como novos pedidos comerciais e de defesa.
Ademais, a Embraer melhorou sua expectativa de ganho de margens, sem contar um ambiente competitivo positivo, pois a Airbus e a Boeing enfrentam desafios com as entregas.
“Portanto, mantemos nossa perspectiva positiva sobre as ações”, afirmou o BBA.