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O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira (22) exibindo leve valorização, em uma sessão marcada pela ausência de um orientador e também pela baixa liquidez nas negociações. Operadores seguem aguardando informações sobre medidas fiscais no Brasil, enquanto também avaliam as possibilidades dos resultados das eleições nos Estados Unidos e ajustam expectativas sobre próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Terminadas as negociações desta terça, o dólar à vista encerrou em alta de 0,11%, cotado a R$ 5,6968, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,6747 e tocado a máxima de R$ 5,7176. Já o euro comercial recuou 0,09%, a R$ 6,1488. Perto das 17h10, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,09%, aos 104,105 pontos.

Nas primeiras horas de negociação desta terça, o dólar à vista chegou a avançar e se aproximar de R$ 5,72, mas ainda pela manhã se distanciou desse nível. O gatilho para um alívio no câmbio foram os dados de arrecadação federal. O total arrecadado foi de R$ 203,1 bilhões no mês de setembro, alta real de 11,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, nos números atualizados pela inflação, o resultado de setembro foi o melhor para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

Para operadores de câmbio, a leitura é a de que, na ausência de um orientador local e global, qualquer divulgação ou notícia que seja relacionada à seara fiscal (seja algo bom ou ruim) tende a ter efeito na moeda brasileira, dada a sensibilidade ao tema. “O ponto-chave para a captação de dólar, de investimentos de estrangeiros no Brasil, é o fiscal”, diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. “Por isso, qualquer pequena coisa em relação a esse tema gera uma mudança nos mercados locais.”

Para o executivo da Frente Corretora, além da questão fiscal, o que pode dar alívio para o real até o fim do ano são as medidas vindas da China, já que a perspectiva nos Estados Unidos é de que o corte de juros ocorra de maneira mais lenta. “Os dados da atividade americana já estão fortes e no fim do ano tendem a se manter assim por conta das festas de Thanksgiving, Black Friday e do Natal. Então o Fed vai se manter mais conservador, quem sabe sem subir os juros.”

Diante das taxas mais elevadas nos EUA e pelo risco fiscal, o Brasil vai ter que manter seus juros bastante elevados ainda, segundo Velloni. “O Brasil vai ter que aumentar o tíquete de risco para conseguir manter algum fluxo cambial, porque hoje estamos falando de um câmbio a R$ 5,70 por dólar.”

A Wagner Investimentos lembra que o dólar à vista se mantém na região de R$ 5,70 e que raras foram as vezes em que a moeda negociou acima desse patamar. “O rompimento para cima deste nível é bastante preocupante, já que poderíamos ver o dólar revisitar a região em torno de R$ 5,85.”

*Com informações do Valor Econômico

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