A Verde, gestora de investimentos de Luis Stuhlberger, cortou na segunda-feira cerca de 19% de seu quadro de funcionários. Com isso, seu time de profissionais caiu de 74 para 60 pessoas. A decisão acontece como resposta da gestora após fortes perdas com os ativos de renda variável e fraco desempenho dos multimercados.

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Esta é a segunda mudança na equipe em quatro meses. Primeiramente, houve a demissão, em maio, de Elmer Ferraz e dois analistas, que cuidavam da estratégia de ações no Brasil. Então, Stuhlberger assumiu as decisões da área.

Agora, a equipe que cuida dos sistemas quantitativos na Verde, principal fundo da casa, criado em 1997, foi encerrada.

Luis Stuhlberger assume mais funções

O fundador da asset assumirá a área de moedas e juros do fundo. Na mudança anterior, ele já havia ampliado as áreas sob sua responsabilidade e centralizado 70% das decisões.

Agora, a fatia sob seu comando direto foi a 80%. Além disso, Daniel Leichsenring, que era economista-chefe da gestora e se mudou para os Estados Unidos recentemente, vai virar um consultor sênior.

Em seu lugar, assume Marcos Fantinatti, que até então era economista sênior de Brasil da asset. As demais demissões, de acordo com fontes ligadas à empresa, foram em outras áreas da asset.

Áreas estratégias

A Verde tem hoje cinco estratégias: Multimercados Brasil (o famoso fundo Verde, que transformou Stuhlberger em uma espécie de ícone do mercado financeiro), Previdência (também um multimercado), Multimercados e Ações Globais, Crédito e Ações Brasil.

A asset chegou a ter cerca de R$ 55 bilhões sob gestão. Contudo, com a alta dos juros, o desempenho decepcionante dos multimercados e a guinada no interesse dos investidores pela renda fixa, tem hoje R$ 21 bilhões.

Em novembro de 2023, a Lumina Capital Management, gestora especializada em ativos estressados fundada por Daniel Goldberg, adquiriu 25% da Verde. A fatia era detida pelo Credit Suisse.

Agora, ainda segundo as fontes familiarizadas com as mudanças, Stuhlberger pretende continuar investindo na área de crédito privado, surfando na grande procura que o segmento vem tendo.

A estratégia foi criada neste ano pelo sócio Luiz Parreiras e é tocada no dia a dia por Carlos Reis. Até então, as alocações no segmento estavam espalhadas pelos multimercados da asset.

Em abril, a Verde lançou seu primeiro fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), batizado de Verde Ipê, com o objetivo de atingir patrimônio líquido de R$ 1 bilhão até outubro de 2025.

Com informações do Valor Econômico.

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