A importação de criptoativos superou, apenas de janeiro a agosto deste ano, todo o valor registrado em 2023. No acumulado de 2024, o valor foi de US$ 12,368 bilhões e no ano passado inteiro, a despesa chegou a US$ 12,306 bilhões. Os números foram publicados nesta quarta-feira (25) pelo Banco Central (BC).
A conta do Banco Central considera tanto criptoativos sem emissor, com formato parecido ao do bitcoin, como as com emissor, como as stablecoins.
Apenas em agosto, as despesas com criptoativos somaram US$ 1,579 bilhão contra US$ 1,320 bilhão no mesmo mês do ano passado. Em 2023, de janeiro e agosto, o acumulado era de US$ 7,422 bilhões.
Já as receitas, que são recursos vindos do exterior para o Brasil, acontecem em patamar muito menor e somaram apenas US$ 35 milhões em agosto e US$ 827 milhões no acumulado do ano. No ano passado, o valor acumulado até agosto era de US$ 363 milhões.
Considerando o ingresso líquido, que calcula as receitas menos as despesas, houve déficit de US$ 11,541 bilhões no acumulado deste ano. No mesmo período de 2023, esse valor era de US$ 7,058 bilhões e no ano passado completo foi de US$ 11,693 bilhões.
O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, explica que as estatísticas consideram as compras feitas por empresas do ramo dos ativos digitais para ofertar aos seus clientes no Brasil.
Rocha explica que essas empresas não têm carteira própria significativa. “Tirando essa parte da carteira própria, que em geral é uma parte transacional apenas, são os clientes que estão demandando da empresa”, disse.
Em junho, o Banco Central promoveu uma alteração metodológica e os criptoativos deixaram de integrar a balança comercial e as transações correntes. Desde então, são contabilizados na conta capital. Segundo o BC, houve uma recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e os criptoativos sem emissor passariam para a conta capital.
Como a fonte de informações para esses dados, o contrato de câmbio, não distingue os criptoativos com emissor e os sem emissor, todas as transações são contabilizadas na conta capital.
*Com informações do Valor Econômico