O investimento de R$ 14,7 bilhões da Microsoft no Brasil, anunciado nesta quinta-feira (26) pelo executivo-chefe global da companhia, Satya Nadella, em São Paulo, não tem contrapartidas do governo brasileiro para a gigante de tecnologia, disse a presidente da Microsoft Brasil, Tânia Consentino, a jornalistas na tarde de hoje, em São Paulo.
“A contrapartida vem do crescimento de negócios. O mercado mais saudável é bom para todo mundo, inclusive para a Microsoft”, disse Consentino em resposta ao Valor, na tarde de hoje, durante encontro com jornalistas no evento.
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Logo após o anúncio de Nadella, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que estava presente no evento, disse a jornalistas que o investimento da empresa eleva para R$ 100 bilhões os investimentos previstos pela iniciativa privada no programa de transformação digital da indústria “Missão 4 da Nova Indústria Brasil”, anunciado pelo governo no dia 11.
A executiva informou que o investimento anunciado hoje será destinado à construção de novos centros de dados (data centers) no Estado de São Paulo, onde a Microsoft já possui infraestrutura, e em outras localidades mantidas em segredo pela companhia.
“A gente sabe que os data centers são intensivos em energia”, disse Consentino. Ela reforçou a meta da Microsoft Brasil de alcançar 100% de abastecimento dos data centers da empresa no país com energias renováveis em 2025.
Parte do abastecimento dos data centers com energia limpa vem de um contrato de compra e venda de energia (PPA) firmado em agosto de 2023 entre a Microsoft e a AES Brasil. O acordo compreende o fornecimento de energia renovável pelo prazo de 15 anos, com início em julho de 2024, a partir do Complexo Eólico Cajuína, no Estado do Rio Grande do Norte. O projeto com a Microsoft possuirá 154 MW de capacidade eólica instalada.
A compensação de emissões também é uma preocupação da subsidiária brasileira da empresa, atualmente com 1.200 funcionários no país.
“Bill Gates [cofundador da Microsoft] já disse isso: não basta ser net zero, nós precisamos tirar carbono da atmosfera”, lembrou Tânia.
Em junho, a Microsoft anunciou a compra de 8 milhões de créditos de carbono do Cerrado, até 2043, em acordo com o BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG). Segundo as empresas, o acordo envolve um projeto de reflorestamento do bioma no Mato Grosso do Sul.
*Com informações do Valor Econômico