As big techs trazem muitos benefícios e alguns riscos para o setor financeiro. A avaliação é do diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes.

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Gomes elenca como benefícios os serviços inovadores, a inclusão bancária e o apoio à competição no mercado financeiro. Por outro lado, diz, há “risco óbvio” de dominância de mercado e de trazer risco sistêmico ao mercado. Além disso, diz o diretor do BC, há possíveis conflitos de interesses com outras partes do negócio.

“Sobre o impacto das big techs no setor financeiro, existem muitos benefícios, alguns riscos e alguns desafios para o regulador”, disse ele, ao participar do evento Finance of Tomorrow, que discute a regulação e o futuro do sistema financeiro.

“E obviamente, como as big techs estão na fronteira de big data, de IA [inteligência artificial], de machine learning [aprendizado de máquina], elas têm muito a contribuir para a modernização na oferta de serviços financeiros”, notou.

Risco óbvio

Os riscos existentes, no entanto, exigem que o Banco Central esteja sempre atento.

Ele chama de “risco óbvio” o de dominância de mercado, especialmente por sua capilaridade. “Pequenos gestos podem ter impacto concorrencial gigantesco precisamente pelo tamanho com que o bebê está nascendo”, disse.

O chamado risco de concentração também é apontado com preocupação pelo diretor do Banco Central, já que essas empresas podem trazer risco sistêmico.

Desafios de regulação

“Se a big tech se torna muito grande no serviço financeiro do dia para a noite, qualquer risco operacional que ela tenha coloca o sistema todo em perigo. Você não imagina que um entrante possa ter risco sistêmico imediato. Mas a big tech tem essa característica”, apontou.

Outros desafios na área de regulação, segundo ele, são possíveis conflitos de interesses da operação no setor financeiro com outras partes do negócio das big techs.

Com informações do Valor Econômico.

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