Diante de uma mensagem coordenada entre o governo e o Banco Central, na esteira de uma crise de confiança que afetou em cheio o mercado de câmbio doméstico, o real deve exibir um desempenho superior dentro dos mercados emergentes nos próximos meses.

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Essa é a avaliação da chefe de estratégia para Américas do Barclays, Andrea Kiguel. O banco britânico abriu posição vendida (aposta na queda) em dólar contra o real. Com alvo de R$ 5,40 por dólar e nível de “stop” em R$ 5,82 por dólar.

Em nota enviada a clientes, a estrategista avalia que a coordenação entre o governo e o BC “sugere que o pico de pessimismo foi atingido, por enquanto”.

Para ela, o arcabouço fiscal continua vulnerável. “Mas, por ora, achamos que o governo fará o suficiente para acalmar os mercados nesse front. Já que os riscos para 2024 diminuíram”.

Além disso, o ciclo de elevação dos juros em setembro pode ser favorável para novas posições que visam o “carry-trade” no real. Enquanto outros bancos centrais, inclusive o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), começam a reduzir as taxas de juros.

Em suas projeções macroeconômicas, o banco britânico trabalha com o dólar a R$ 5,40 no fim deste ano e a R$ 5,50 no fim de 2025.

Porém, o Barclays diz preferir não entrar no momento no mercado de juros doméstico. O banco projeta um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic durante o ciclo e nota que o mercado já precifica algo similar.

“Embora as coisas pareçam precificadas de forma justa, reconhecemos que a incerteza permanece alta. E os riscos permanecem em relação a juros mais altos nos estágios iniciais do ciclo”, afirma Kiguel.

Com informações do Valor Econômico

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