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As apostas do mercado na chamada “red sweep”, uma possível vitória significativa do Partido Republicano nas eleições de novembro, têm aumentado de forma significativa, com Donald Trump à frente de Kamala Harris em pesquisas em vários estados-chave.

Segundo a plataforma de apostas Polymarket, que tem sido bastante utilizada pelos investidores para observar a dinâmica tanto da eleição presidencial mas também do Congresso americano, as chances de uma vitória ampla republicana — tanto na presidência quanto com a maioria do Senado e da Câmara — estão em 44% nesta manhã, ante 14% de possibilidade de que os democratas sejam os vencedores no pleito, revertendo as apostas anteriores que favoreciam o Partido Democrata.

A reviravolta foi provavelmente desencadeada pelos resultados das últimas pesquisas nos estados-chave, diz o economista-chefe do Commerzbank, Jörg Krämer. Enquanto três semanas atrás Kamala ainda estava à frente em quatro desses seis estados, agora ela tem apenas uma leve vantagem em Wisconsin.

Além disso, quem for eleito presidente precisará do Congresso para aprovar seus projetos. No Senado, um terço dos quais serão eleitos, os democratas provavelmente perderão a maioria, enquanto na Câmara, que será completamente reeleita, os republicanos têm maioria estreita. “Esperamos que Trump tenha mais probabilidade de levar adiante sua agenda do que Kamala.”

O economista destaca que os planos de Trump e Kamala devem ser vistos no contexto de um orçamento federal que já sofre de déficits cronicamente excessivos. “Os planos dos candidatos aumentariam ainda mais os déficits e, portanto, fariam com que a dívida e os pagamentos de juros sobre ela aumentassem ainda mais rápido.”

Por fim, Krämer diz que uma política fiscal descuidada poderia levar no médio prazo a política americana a um “momento Liz Truss”, ex-primeira ministra britânica. Um aumento relativamente moderado nos déficits fiscais levou a uma forte reação no mercado de renda fixa do Reino Unido em 2022, o que custou a Truss seu cargo, conclui o economista do banco alemão

Com informações do Valor Econômico

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