Os anúncios digitais serão a próxima locomotiva de crescimento do Mercado Livre (MELI34) nos próximos anos. É o que apontou o Goldman Sachs em relatório nesta segunda-feira (23), no qual elevou o preço-alvo da ação listada na Nasdaq. Assim, o banco reforçou a recomendação de compra.

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Segundo o banco de investimentos, a participação de anúncios digitais no lucro operacional da companhia vai dobrar até 2028 em relação ao ano passado.

Isso por causa das elevadas margens do negócio, de até 70%.

Assim, embora respondessem apenas por 5% das receitas em 2023, os anúncios digitais corresponderam por 20% do lucro operacional.

Essa tendência deve acelerar. A previsão do banco é de que o negócio de anúncios digitais do grupo vai quadruplicar nos próximos anos. E chegar a US$ 4 bilhões.

Com isso, os anúncios responderão por cerca de 40% do lucro operacional do Mercado Livre em 2028, preveem os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached, que assinam o relatório.

“À medida que o Mercado Livre continua a consolidar sua liderança no comércio eletrônico na América Latina (43% de participação no Brasil), acreditamos que os vendedores também estarão cada vez mais dispostos a adotar as soluções de anúncios da empresa”, diz trecho do documento.

Mercado Livre: o melhor ainda está por vir?

E a aposta em anúncios online deve ajudar o maior portal de comércio eletrônico da América Latina a expandir e diversificar receitas.

Ademais, segue uma tendência de outras gigantes do comércio eletrônico.

Para efeito de comparação, a fatia do Meli no mercado de anúncios da América Latina foi de 1,6% em 2023, ante 0,9% em 2021.

Nas projeções do Goldman, esse percentual deve chegar a 3,5% até 2026.

Comparativamente, a Amazon (AMZO34) já tem 10% do mercado geral de anúncios dos Estados Unidos e 13% do mercado de anúncios digitais, revela o estudo.

Além disso, anúncios digitais são um segmento ainda relativamente pequeno na América Latina, comparado com outras geografias.

Os anúncios digitais representam 43% dos gastos com anúncios de mídia na América Latina.

Enquanto isso, nos Estados Unidos esse montante chega a 77%. Na China, a fatia é de 84% do total.

Como está construindo uma relação crescente com vendedores em seu portal, incluindo a oferta de soluções financeiras, o Mercado Livre tende a mais que dobrar sua participação no mercado de anúncios na América Latina até 2026, prevê o Goldman.

Nesse sentido, um vetor para essa escalada no marketing digital foi o lançamento do Mercado Play e a parceria com a Disney, em 2023.

A parceria permite a oferta de uma prateleira enorme de conteúdos da gigante de entretenimento em condições privilegiadas para usuários do Mercado Livre.

E comentários recentes da própria empresa indicam que o Mercado Play já atingiu milhões de usuários mensais.

O novo preço-alvo do Goldman para MELI nos próximos 12 meses é de US$ 2.670 (acima dos US$ 2.480 anteriores).

Portanto, isso implica um potencial de valorização ao redor de 26%.

Enquanto isso o Mercado Livre…

Nesta quarta e quinta-feira (24 e 25), o Mercado Livre realiza seu encontro anual com clientes, fornecedores e investidores. O evento ocorre em São Paulo.

Nele, a companhia deve anunciar novos investimentos na América Latina, como fez nos anos anteriores.

Desta vez, além dos tradicionais anúncios de novos centros de distribuição, o Mercado Livre vai revelar iniciativas em linhas de negócio, como em moda.

Neste terceiro trimestre, a empresa já planeja adicionar quatro novos centros de distribuição no Brasil, além de dois novos centros metropolitanos em Brasília e Porto Alegre.

Dessa forma, o grupo avança em seus esforços para elevar o percentual de produtos que podem ser entregues no mesmo dia.

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