A Anbima criou um manual em que sugere certificações para que influenciadores possam aprimorar seus conhecimentos. O Tá na Rede: manual Anbima de melhores práticas para finfluencers também reúne indicações de outros conteúdos educacionais, que podem contribuir com o aperfeiçoamento desses profissionais.
“Os influenciadores sabem da importância das certificações, afinal elas são uma forma de distinção. Mas nem todos os influenciadores têm a clareza de qual habilitação devem ter para o tipo de conteúdo que produzem”, diz Amanda Brum, gerente-executiva de Comunicação Marketing e Relacionamento com Associados da Anbima.
Por que as certificações são importantes?
As certificações qualificam os profissionais que atuam no mercado financeiro. Elas são mais – ou menos – complexas, conforme a atividade exercida.
Para os influenciadores de finanças, as certificações têm conteúdos como eles apresentam aos seguidores.
O manual considera produtores de conteúdo, investidores independentes, traders, analistas e assessores de investimento – categorias que representam cerca de 70% do universo de influenciadores no país.
Quais certificações os influenciadores devem ter?
Aos produtores de conteúdos e investidores independentes, que não têm as atividades reguladas, é recomendada, no mínimo, a CPA-20 (Certificação Profissional Anbima Série 20).
Ela é exigida para profissionais que atuam com distribuição de produtos em agências bancárias, e plataformas de atendimento para segmentos de alta renda.
Conheça as certificações
Mas o ideal é os produtores de conteúdo possuam habilitações como a CEA (Certificação Anbima de Especialistas em Investimento), que os habilita a atuar como especialistas financeiros.
Há ainda o CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento), emitido pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Brasil), para que possam fazer análises. Essas atividades são para os profissionais que têm as certificações.
Outra sugestão da Anbima para os influenciadores é a CFP (Certified Financial Planner), emitido pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro). Esta certificação é para planejadores financeiros.
Aos traders, a indicação mínima é o PQO (Programa de Qualificação Operacional), certificação da B3 em parceria com a Ancord (Associação Nacional das Corretoras de Valores). Ela é para profissionais das áreas de operações, compliance, risco, back office, comercial, custódia, liquidação e cadastro de clientes.
Já os influenciadores que atuam como analistas e os assessores de investimentos, que têm suas atividades reguladas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), respectivamente, devem ter obrigatoriamente a CNPI e a AI (Assessor de Investimento), da Ancord. Para complementar a capacitação, as indicações ideais para estes últimos são a CEA e CFP.
Certificações para influenciadores
A Anbima lista ainda uma série de outras certificações para que influenciadores se aperfeiçoem em uma área de conhecimento específico.
Assim, há o Caia, da Caia Association, uma habilitação internacional voltada para os profissionais que atuam com investimentos alternativos, como fundos imobiliários, produtos estruturados e derivativos, entre outros.
Já a CFG (Certificação Anbima de Fundamentos em Gestão) é para quem tem interesse em atuar no segmento de gestão de recursos de terceiros.
A CGA (Certificação de Gestores Anbima) permite a gestão de recursos em fundos de renda fixa, ações, cambiais, multimercados, carteiras administradas e ETFs (Exchange Traded Funds).
E há também a CGE (Certificação de Gestores Anbima para Fundos Estruturados), voltada para quem quer gerir FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), fundos imobiliários, FIPs (Fundos de Investimento em Participações) e ETFs.
Ainda não é exigência
“Não estamos exigindo que esses influenciadores tirem certificações e nem criando uma certificação específica para eles. Recomendamos as que já existem para determinados tipos de finfluencers”, afirma Amanda Brum. “É importante observar que as empresas que contratam finfluencers passam a exigir cada vez mais que seus parceiros tenham essas qualificações. Afinal, as instituições estão sob as regras do mercado e podem ser punidas em caso de descumprimento”, completa a executiva.
Além disso, o manual indica cursos gratuitos da Anbima e de outras entidades, como a B3 e a CVM.
Os temas vão desde os fundamentos da economia até investimentos ESG, que também podem contribuir para a formação profissional dos influenciadores.
O que é o Tá na Rede
Criado em parceria com o Think Tank de Comunicação e Marketing da Anbima, o Tá na Rede é gratuito e online. Ele atende a uma demanda dos próprios influenciadores, que pediram mais clareza em relação às regras de publicidade no setor financeiro.
O manual consolida a regulação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), e as autorregulações da Anbima e da BSM, que supervisiona os participantes da B3.
“As instituições também nos pediram um manual que pudessem compartilhar com os seus parceiros na divulgação de produtos e serviços. Com a publicação desse material, a gente atendeu a duas demandas do nosso ecossistema, além de beneficiar o investidor. Afinal, a circulação de informação confiável e de qualidade sobre investimentos o torna mais preparado para identificar eventuais golpes e conflitos de interesse”, explica Brum.