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O mês de outubro é famoso entre os entusiastas do bitcoin (BTC), pois desde 2010 a criptomoeda subiu em 10 outubros e caiu em apenas quatro.

A mística ganhou um trocadilho entre a comunidade, que cunhou o termo “uptober” para se referir ao mês.

Desta vez, não parece ser diferente, com o bitcoin subindo 6,8% desde o dia 1º.

Mas especialistas divergem sobre a existência de qualquer relação além da mera coincidência nos dados.

Valter Rebelo, analista de criptoativos da Empiricus, afirma que o bitcoin deve subir novamente neste outubro, pois há um fator relacionado à liquidez no período.

Ele vai além das tradicionais explicações de que os investidores ajustam suas carteiras para garantir rendimentos maiores antes das festas de fim de ano.

“O bitcoin é muito correlacionado com variações de liquidez. Outubro é a contramão do que acontece em setembro, quando chegam os impostos corporativos nos EUA”, afirma.

No mês passado, os EUA já colaboraram com o aumento da liquidez global, quando o Federal Reserve (Fed) reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para uma faixa entre 4,75% e 5% ao ano.

A China também tem a chance de impulsionar o dinheiro disponível no mercado se trouxer mais detalhes do plano do governo de “aumentar significativamente” seu endividamento para reaquecer a economia.

Há outro ponto que tem sido um fator de grande volatilidade para o bitcoin neste outubro em específico: as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024.

A corrida está bem equilibrada entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.

Trump visto como ‘pró-bitcoin’

Porém o site descentralizado de apostas Polymarket revela que 62% estão mais dispostos a colocar dinheiro em uma vitória de Trump.

Ele é considerado o candidato mais pró-cripto dos dois.

Trump já defendeu criar uma reserva nacional de bitcoins para os EUA, disse que todo bitcoin minerado até a criptomoeda atingir sua oferta máxima de 21 milhões de unidades deveria ser emitido no país.

Ele também declarou sua intenção de demitir o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), Gary Gensler.

Assim, Gensler acumula atritos com o setor cripto por considerar que todos os tokens à exceção do bitcoin são valores mobiliários não registrados.

“Se Trump for eleito, o bitcoin vai a US$ 100 mil”, prevê Rebelo.

Visão de Kamala é mais cética

“Com a Kamala, o cenário seria menos benéfico, porque de modo geral a política dela não tem um plano muito claro para cripto”, avalia.

Mychel Mendes, fundador e CTO da Tokeniza, diz que a posição de Trump tem sido muito clara e isso beneficia o bitcoin no curto prazo.

No entanto, sem ser um fator determinante para a evolução da criptomoeda no longo prazo.

“Os ciclos de 2021 e 2017 ocorreram independentemente dos governos. E a Kamala não parece que seria anticripto”, argumenta.

Para Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, o tom de Kamala em comparação com seu antecessor, Joe Biden, já representa uma grande evolução para o mundo dos criptoativos.

Início de movimento de valorização

Além disso, graficamente Lago vê indícios de um grande movimento de valorização para a maior das criptomoedas em valor de mercado.

“No geral, rompemos uma bandeira de alta de 230 dias, de modo que deve ser iniciado um movimento de alta com alvos nos US$ 120 mil a US$ 150 mil”, projeta.

A superação dos US$ 100 mil – nível de preços nunca alcançado, porém muito almejado pelos criptoentusiastas – ainda neste ciclo é praticamente unanimidade entre os especialistas.

Mendes acredita que não é impossível ver o bitcoin chegar aos US$ 300 mil caso se confirme que estamos no começo de um “bull market”.

No entanto, Rebelo espera que até o final de 2025 o BTC esteja em US$ 150 mil.

Projeções ultra otimistas

De acordo com Mendes, a projeção aparentemente ultra otimista reflete o fato do bitcoin ter se tornado um ativo muito mais fácil de se adquirir do que era em outros ciclos.

“Graficamente, o bitcoin costuma buscar um avanço percentual de cinco a seis vezes o valor do topo anterior”.

“Quando começar a subir agora, o fácil acesso que existe hoje vai fazer com que ele dispare ainda mais”, acredita.

Vale lembrar que desde o início do ano já é possível aos investidores americanos se expor ao bitcoin por meio de fundos negociados em bolsa (ETFs) que acompanham o desempenho da moeda digital.

Com informações do Valor Econômico

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