A interoperabilidade representa um dos componentes fundamentais para o desenvolvimento da tecnologia blockchain. Refere-se à forma como diferentes blockchains conseguem se comunicar entre si para facilitar diferentes processos de forma intuitiva, conectando-se para proporcionar uma experiência otimizada para usuários e desenvolvedores. Aprenda o que representa a interoperabilidade em blockchain e como ela facilita a comunicação entre blockchains.
O QUE SIGNIFICA ESCALABILIDADE DE BLOCKCHAIN?
O que é interoperabilidade em blockchain?
Em geral, a interoperabilidade refere-se à capacidade dos sistemas informáticos (software) de trocar e utilizar informações de forma partilhada. No blockchain, a interoperabilidade descreve a forma como diferentes blockchains podem se comunicar e interagir entre si, tanto para troca de informações (dados, contratos inteligentes, mensagens, etc.) quanto de valor (tokens, ativos).
Isto significa que diferentes blockchains podem trocar dados e ativos, interagindo e comunicando-se entre si de forma integrada, apesar de terem diferentes arquiteturas, protocolos e algoritmos de consenso. Interoperabilidade não significa apenas o fluxo de ativos entre cadeias, mas também a padronização de processos que facilitam a troca de informações entre elas de forma eficiente e intuitiva.
Graças a isso, incentiva-se a criação de um ambiente multichain, onde aplicações, projetos e casos de uso conseguem superar desafios de comunicação para funcionar de forma conectada. O objetivo é permitir que usuários e desenvolvedores aproveitem vários blockchains sem ficarem limitados a uma única rede.
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Por que os blockchains interoperáveis são necessários?
Embora historicamente muita ênfase seja colocada na necessidade de escalabilidade para blockchains, a interoperabilidade não é menos importante. Na verdade, em grande medida, uma rede interoperável será muito mais escalável ao longo do tempo.
À medida que a adoção cresce e novos usuários aparecem, o número de blockchains, plataformas e aplicativos também aumenta. Este crescimento manifesta a necessidade de termos infraestruturas mais robustas, com elevado desempenho e que permitam o fluxo de ativos de forma fácil, segura e intuitiva. É por isso que ter redes e soluções focadas em fornecer interoperabilidade para blockchains é fundamental.
Um dos problemas mais notados nos últimos anos para o ecossistema blockchain é a fragmentação. Isso significa que os usuários estão limitados a participar isoladamente em diferentes ecossistemas blockchain. Graças à interoperabilidade, este ambiente dividido pode ser unificado através de soluções, protocolos e redes que procuram facilitar a comunicação entre cadeias.
Essa ideia de ecossistemas fragmentados aumentou com o surgimento das redes de Camada 2 e até de Camada 3, que vêm com foco na escalabilidade. Ou seja, focado na capacidade e rapidez de processamento de transações com baixíssimo custo. Este é o caso do Ethereum, onde a Camada 2 impulsiona o desempenho da rede, embora muitos afirmem que ela cria um ambiente fragmentado de liquidez, usuários e aplicações.
No entanto, o próprio Vitalik Buterin, credo que a interoperabilidade entre as diferentes Camadas 2 deixará de ser um problema muito em breve, proporcionando assim uma experiência de utilizador fluida. Em grande medida, a modularidade traz grandes avanços nesta ideia. Por sua vez, projetos como o Polygon e o seu AggLayer procuram criar um ecossistema de liquidez, utilizadores, segurança e tecnologia comunicada para a Camada 2.
O QUE SÃO BLOCKCHAINS MODULARES E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Benefícios da interoperabilidade
Em geral, garantir uma estrutura de interoperabilidade entre blockchains resultará em benefícios como:
- Transferência de ativos entre diferentes blockchains
- Maiores possibilidades, soluções e casos de uso
- Ecossistema mais atraente para desenvolvedores
- Eficiência de desempenho da rede
- Experiência do usuário aprimorada e simplificada
- Menos fragmentação e maior liquidez
BLOCKCHAIN: DIFERENÇAS ENTRE REDES CAMADA 0, CAMADA 1, CAMADA 2 E CAMADA 3
Interoperabilidade em exemplos
Desta forma, existem diferentes soluções, plataformas e redes desenhadas para promover o conceito de interoperabilidade entre blockchains. Alguns exemplos notáveis são:
- Pontes ou Pontes: As pontes são usadas para a mobilidade de tokens e criptomoedas entre diferentes blockchains. Por exemplo, enviar um token Ethereum para Solana. Na atualidade, Buraco de minhoca, Portal e Portal Estelar são três pontes populares dentro do ecossistema blockchain para a transferência de ativos.
- Tokens Envoltos: esses tipos de tokens, também conhecidos como “tokens embrulhados”, representam um ativo em outro blockchain. Por exemplo, Bitcoin embalado (WBTC) é um token que representa BTC real “embrulhado” na rede Ethereum. Dessa forma, facilitam a movimentação de tokens dentro de diferentes ambientes de blockchain, possibilitando seu uso dentro de aplicações e protocolos DeFi.
- Comunicação Inter-Blockchain (IBC): Uma das principais soluções de interoperabilidade do ecossistema blockchain é o Cosmos IBC. O protocolo de comunicação modular facilita o envio e recebimento de mensagens entre blockchains, facilitando a transferência de dados e ativos com segurança.
- Protocolo de interoperabilidade entre cadeias (CCIP)– O protocolo CCIP, desenvolvido pela Chainlink, estabelece padrões comuns para troca de informações entre blockchains, permitindo a transferência de ativos, dados em tempo real e a execução de contratos inteligentes em múltiplas redes.
- Protocolo de Transferência de Cadeia Cruzada (CCTP): O CCTP da empresa Circle é uma solução interoperável para levar suas stablecoins para diferentes blockchains. Esta ferramenta permite que aplicações, pontes e carteiras integrem transferências instantâneas e nativas de USDC, a segunda maior stablecoin do mercado.
- Trocas atômicas: Esses tipos de swaps buscam levar a descentralização ao máximo. Representam a mais recente evolução dos swaps, onde os usuários podem trocar uma criptomoeda por outra diretamente entre duas blockchains diferentes, sem a necessidade de intermediários. Isto graças ao uso de contratos inteligentes ou scripts de bloqueio de tempo. Dessa forma, eliminam a necessidade de exchanges centralizadas (CEX) e descentralizadas (DEX).
- Axelar– Um blockchain focado na interoperabilidade Web3, oferecendo aos usuários e desenvolvedores comunicação entre cadeias para a execução de contratos e ativos inteligentes. Em essência, o Axelar funciona como um blockchain que conecta outros blockchains.
- CamadaZero– Um protocolo de mensagens modular e interoperável projetado para a transferência de dados e ativos entre diferentes cadeias. A plataforma foi projetada para ser modular e escalável, permitindo que qualquer blockchain, seja público ou privado, se integre e se comunique facilmente com outras redes.